SES-AM utiliza tecnologia para monitoramento da rede de saúde no interior, de forma a mitigar os impactos da estiagem

A tecnologia tem sido uma importante aliada da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), no monitoramento e mitigação dos impactos da estiagem nas unidades dos municípios mais afetados, no interior. O órgão desenvolveu e mantém um painel de monitoramento diário de informações estratégicas, como o controle de estoque de oxigênio e a incidência de doenças que são comuns no período da seca. O objetivo é estar preparado e atuar de maneira rápida, diante de uma possível demanda extra, explica a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud.

As ações fazem parte do Plano de Contingência que vem sendo executado pelo Estado, para reduzir os impactos da estiagem na vida da população. Nayara Maksoud ressalta que o monitoramento constante faz parte do planejamento preparado com antecedência pelo Governo do Amazonas. O intuito principal, diz ela, é a vigilância e a antecipação de possíveis cenários desafiadores.

“Os rios do Amazonas são as estradas da nossa região e sabemos como o transporte e a logística são impactados neste período de seca. Isso afeta, também, no transporte de medicamentos e no acesso às populações ribeirinhas. Por isso, a importância de se ter estratégias para a manutenção dos serviços”, destaca.

A SES-AM desenvolveu um dashboard, ferramenta gráfica que reúne informações relevantes de monitoramento, inclusive de municípios que se encontram isolados devido à vazante. A secretária executiva de Regionalização da SES-AM, Rita Almeida, explica que o painel é alimentado com informações diárias repassadas pelos servidores indicados pela direção de cada unidade.

Por esse dashboard, diz ela, é possível monitorar, por exemplo, o quantitativo de cilindros de oxigênio cheios e vazios. “Através de cálculos, conseguimos estabelecer níveis de alerta. Temos algumas alternativas no planejamento, que vão sendo executadas conforme a necessidade, como por exemplo, o suporte de municípios próximos que tenham usina instalada pelo Estado”, observa.

Pelo sistema de monitoramento é possível acompanhar o funcionamento das usinas instaladas nos municípios. Elas são dotadas de equipamentos que permitem encher os cilindros e que podem ser usados para ajudar no abastecimento de cidades próximas.

Além disso, o dashboard mostra as cidades onde tem pista de pouso homologada, caso seja necessário usar o transporte aéreo para levar gás medicinal. Ainda nesse sentido, a SES-AM, através da Coordenação de Saúde Digital, vem trabalhando numa nova ferramenta, que vai permitir que os alertas das unidades cheguem também através de mensagem no whatsApp.

Outro dado que é monitorado pela SES-AM, através de informações repassadas pela Defesa Civil, é a qualidade do ar. A iniciativa visa preparar as unidades da capital para receber pacientes do interior, caso seja necessário, principalmente por conta das queimadas, que se acentuam nesse período de verão amazônico.

Atualmente, conforme dados da secretaria, os municípios localizados nas calhas dos rios Purus e Madeira, além de Manaus e a Região Metropolitana, são os mais impactados pela fumaça. “Ainda não há registro de aumento de demanda por leitos, ocasionado por agravos provenientes do contato com a fumaça, mas estamos preparados, caso isso aconteça”, pontua a secretária Nayara Maksoud.

A SES-AM também monitora, diariamente, as solicitações de transferência de pacientes, na Central de Regulação do Amazonas, considerando as demandas de casos de doenças respiratórias e diarreias, que podem apresentar aumento no período, devido as queimadas e a própria vazante dos rios.

A secretaria acompanha, ainda, o nível de ocupação dos leitos dos seis hospitais prontos-socorros adulto e infantil, da capital, avaliando regularmente a necessidade de aplicar estratégias de otimização do uso dos espaços, e o consumo de medicamentos e insumo nas unidades do interior, visando à manutenção do abastecimento regular.

A SES-AM, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), monitora, ainda, as doenças comuns do período de estiagem. O mapeamento de risco é uma análise realizada pela FVS-RCP com base nas informações preenchidas pela vigilância em saúde municipal, levando em consideração as especificidades de cada território.

“Mantemos uma vigilância ativa junto às cidades atingidas pela estiagem e, diante deste diagnóstico local, é possível apoiar com estratégias diferenciadas”, ressalta o diretor de Planejamento, Emergências em Saúde Pública e Ações Estratégicas da FVS-RCP, Augusto Zany.

Outras ações

Ainda como parte do Plano de Contingenciamento, a SES já enviou quase 200 toneladas de medicamentos e insumos para os municípios das calhas do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões, onde o problema da estiagem costuma ser mais grave. O Plano de Contingência da SES-AM inclui, ainda, o fortalecimento da Telessaúde para consultas on-line, e a remoção de pacientes em casos emergenciais.

Outra ação prevista e que vem sendo executada pela SES-AM é a manutenção das Usinas Concentradoras de Oxigênio Medicinal instaladas no interior. O trabalho já foi concluído nos municípios de Tabatinga, Apuí, Eirunepé e Benjamin Constant. Está em execução a manutenção do equipamento instalado em Lábrea e, em breve, inicia o trabalho em Tapauá e Envira.