A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), cumpriu, nesta terça-feira (10/09), dois mandados de prisão temporária e dois de busca e apreensão contra dois indivíduos, um industriário de 21 anos e o líder comunitário Luan Patrono, de 30 anos, por estupro de vulnerável e satisfação da lascívia na presença de crianças, que têm 9 e 12 anos.
Patrono se envolveu em uma polêmica com a deputada Joana Darc (União Brasil) em agosto, quando ela e o marido, Aldenor, que é candidato a vereador pelo mesmo partido, tentaram acusar funcionários da Prefeitura pela morte de um cachorro, atropelado por um caminhão enquanto dormia em baixo deste. O líder comunitário gravou um vídeo dizendo que os dois só apareciam no bairro em época de eleição e estavam se aproveitando de uma situação em que os trabalhadores não tiveram culpa, já que ninguém percebeu o animal sob o veículo.
Depois da confusão, a deputada levantou a ficha de Patrono, com a ajuda da Polícia Civil, e o denunciou como estuprador da própria filha. As investigações então evoluíram e ele foi preso junto com um industriário que seria seu comparsa no cometimento de crimes contra as crianças.
O líder comunitário trabalha com o vereador Raulzinho (MDB).
A operação contou com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) e da 5ª Seccional Centro-Oeste, e foi realizada nas primeiras horas do dia na comunidade Nossa Senhora de Fátima, bairro Novo Aleixo e Cidade Nova, na zona norte da capital.
Em coletiva de imprensa, a delegada Juliana Tuma, titular da Depca, relatou o cumprimento de quatro ordens judiciais: duas prisões temporárias e dois mandados de busca e apreensão. Os suspeitos presos hoje já haviam sido indiciados pela Depca por estupro de vulnerável e satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes.
“Durante escuta especializada, a vítima de 9 anos relatou que o pai afetivo, de 30 anos, levava ela para casa dele e, juntamente com o homem de 21 anos, obrigava ela a fazer sexo oral e tocar nos órgãos genitais deles. Os dois autores se relacionavam sexualmente na frente da criança e acabavam cometendo abusos”, detalhou a delegada.
Conforme a autoridade policial, no decorrer das investigações, foi possível constatar a veracidade do crime e identificar que o crime era cometido pelo próprio pai afetivo da menina juntamente com o outro indivíduo.
“Porém, agora no final de agosto deste ano, houve um novo registro e com uma nova vítima, um menino de 12 anos. O depoimento especial da vítima coaduna com a situação relatada por aquela primeira vítima, em que relata os abusos sexuais cometidos durante o momento em que os homens se relacionavam”, contou Tuma.
De acordo com a titular da Depca, outra questão em investigação é a possível gravação e comercialização de vídeos envolvendo crianças e adolescentes na internet. Com base nessas informações, foi solicitado à Justiça os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão nos endereços dos investigados. As ordens judiciais foram decretadas e cumpridas nesta terça-feira.
O delegado Henrique Brasil, titular da 5ª Seccional Centro-Oeste, destacou o apoio dado pela equipe da sua unidade policial e da Core-AM durante a operação da Depca, que foi concluída com êxito.
“Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos objetos que podem ajudar a comprovar os crimes que continuam sendo investigados”, explicou o delegado.
Os dois homens responderão por estupro de vulnerável e satisfação da lascívia na presença de crianças e adolescentes, e permanecerão à disposição do Poder Judiciário.