A Procuradoria-Geral do Estado do Amazonas (PGE-AM) está pedindo ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para que a vice-presidente do Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM), a médica Anna Cristina Monteiro Antony Hoaegen, comprove qualificação na área de ortopedia. Conforme a solicitação, o registro da qualificação de especialidade (RQE) da profissional não consta no site do CFM.
De acordo com a PGE-AM, as informações sobre registro de qualificação de especialidade (RQE) da médica não constam no site do CFM, conforme também constatou a reportagem do Dia a Dia Notícia por meio do endereço eletrônico https://portal.cfm.org.br/busca-medicos.
Além disso, foi estabelecido um prazo de 72 horas para o envio dos registros da médica. A solicitação, datada do domingo (22), foi assinada pelo procurador-geral do Estado, Giordano Bruno Costa da Cruz.
Entre os registros exigidos pela PGE-AM estão o número de Registro de Qualificação de Especialiadade (RQE); Diploma de conclusão de residência médica em ortopedia; e o Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT) conferido mediante regular aprovação em prova de título de ortopedia realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
A reportagem do Dia a Dia Notícia entrou em contato com o CFM, com o ITO-AM, além do Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CRM-AM), para mais informações da solicitação da PGE-AM, da atuação da médica e qualificações da mesma.
O CRM-AM confirmou o recebimento da demanda ao Dia a Dia Notícia e afirmou que a resposta solicitada foi encaminhada a PGE-AM e aguarda pelo retorno, porém, não deu mais detalhes. Os demais órgãos não responderam até a publicação desta matéria. O espaço segue em aberto para maiores esclarecimentos.
Parentesco
Durante análise de documentações, a reportagem do Dia a Dia constatou a semelhança entre os nomes das médicas Anna Cristina Monteiro Antony Hoaegen e Anna Carolina Monteiro Antony Hoaegen de Lima, podendo haver algum grau de parentesco entre as profissionais que atuam no ITO-AM.
Uma reportagem veiculada pela Revista Cenarium, na última semana, apontou que a ortopedista Anna Carolina Monteiro realizou consultas de apenas 1 minuto a pacientes do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto.
De acordo com informações, a profissional viajou pelo menos oito vezes entre fevereiro e novembro deste ano, participando de passeios turísticos e competições esportivas fora do Amazonas.
No último dia 16, a mesma médica publicou um vídeo nas redes sociais em que afirma que o Estado amazonense vive uma “calamidade pública” na Saúde. A declaração faz referência à transição administrativa do Complexo Hospitalar Sul (CHS), formado pelo Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto e pelo Instituto da Mulher Dona Lindu.
Registros de atendimentos médicos do Hospital 28 de Agosto, referência em ortopedia e traumatologia, aos quais a reportagem teve acesso, mostram a ortopedista Anna Carolina Hoagen realizando consultas de um (1) minuto a pacientes, como no dia 20 de novembro deste ano. A médica iniciou um atendimento às 7h31 e outro logo em seguida, às 7h32.
A reportagem entrou em contato com Anna Carolina Monteiro para saber qual o grau de parentesco com a médica Anna Cristina Monteiro e sobre a forma de atuação no ITO-AM e aguarda por retorno.
Transição administrativa
Em coletiva de imprensa, realizada no dia 17 de dezembro, o governador Wilson Lima afirmou que as mudanças administrativas no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu, visam a melhoria e a eficiência nos serviços prestados à população. Uma das metas é dobrar o número de cirurgias ortopédicas realizadas no 28 de Agosto.
No dia 19 de dezembro, no programa Cenarium Entrevista, o governador deu detalhes sobre as mudanças nas gestões das unidades e explicou que a partir de agora o HPS 28 de Agosto e o Instituto da Mulher Dona Lindu passam para o comando da Organização Social de Saúde (OSS), Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir).
Além disso, Lima apontou que, desde o ano passado, estudos internos vem sendo realizados e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi contratada para mapear a rede de saúde, apontando melhorias que garantam que investimentos sejam revertidos em benefícios diretos para a população.