A concentração de fé cercou a Catedral Metropolitana de Belém ainda de madrugada, à espera pela saída da Grande Procissão. Neste domingo (8), devotos de Maria se multiplicaram pelas da capital somando mais dois milhões de corações tomados de gratidão pelas bênçãos recebidas.
Os símbolos da fé do povo paraense coloriram o trajeto de 3,7 quilômetros da procissão. Casinhas, objetos de cera, livros e tantas outras expressões de graças alcançadas por intercessão da mãe de Jesus.
Entre os fiéis, o governador do Pará Helder Barbalho e a primeira-dama Daniela Barbalho. Logo cedo, os dois saíram do Ver-o-Peso, depois de um café da manhã reforçado, para seguirem a caminhada de fé com a multidão.
“Eu estou muito feliz, por mais um ano, conseguir percorrer as ruas de Belém, como devoto de Maria. Estou aqui agradecendo as graças alcançadas e pedindo a Nossa Senhora que continue a proteger o nosso povo do Pará”, disse o chefe do executivo estadual.
Rilson Cardoso crê que foi abençoado e levou a esposa e a filha para juntos agradecerem pela casa própria. “É muita fé, eu vim lutando com minha esposa há um tempo pra gente ter nossa casa própria e conseguimos. É muito emocionante, inexplicável. Só gratidão”, descreveu o autônomo.
Sempre colorida, desta vez com rosas, orquídeas, lírios e flores tropicais, Nazinha, como é carinhosamente chamada, percorreu as ruas de Belém recebendo o carinho de quem sempre pede e é atendido.
O diagnóstico difícil não tirou a esperança da vitória da gerente de marketing, Ruthlene da Costa. “Trouxe minha família e todos nós viemos agradecer pela minha cura. Fiz meu tratamento com muita fé, acima de tudo. Ela me abençoou”, compartilhou a devota.
Quando mãe e filho ficaram doentes ao mesmo tempo, a aflição tomou conta da casa da técnica em radiologia Marília Barcelar, mas a fé foi além do medo, e os dois se recuperaram. “Arthur teve catapora e adquiriu uma bactéria no sangue. Enquanto ele estava internado descobri uma necrose no pulmão. Quando foi esse ano, operei e retirei uma parte do pulmão. Viemos agradecer pela nossa saúde e recuperação”, relatou Marília.
Promessas são sempre especiais. Emocionam pelo significado e relato de fé de cada devoto. São três anos que Isadora Neves, advogada e estudante de medicina vai vestida de jaleco, em reconhecimento pela oração ouvida.
“Eu pensei que não ia conseguir passar no vestibular. A cada ano é mais maravilhoso, não tem explicação. Só quem está aqui pode sentir o amor da nossa mãe. Assim eu vou para terminar o curso e venho pra sempre porque ela é muito maravilhosa, ela faz milagres”, declarou a promesseira.
Rafaela Rabelo estuda para ser técnica de enfermagem. Pelo segundo ano, ela atuou como socorrista. “É inexplicável. É uma forma de servir a Nazinha. Eu vinha acompanhar o Círio, mas sentia que precisava fazer algo maior. É uma forma de ajudar o próximo. Avalia a dor e ajuda com que o promesseiro chegue até o final”, concluiu a voluntária.
E assim, em um trajeto repleto de homenagens, com gente para estender a mão e ajudar o outro a prosseguir, a Berlinda com a Santa Peregrina seguiu pelo corredor de fé rumo à Basílica Santuário, para fechar o domingo de festa na Amazônia, pelo Círio de Nazaré.