Polícia prende professor de Tefé por estupro de vulnerável, tortura e ameaça contra alunos

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Tefé (a 523 quilômetros de Manaus), cumpriu, nesta semana, mandado de prisão preventiva de um professor, de 44 anos, por violentar sexualmente e praticar os crimes de tortura e ameaça contra seus alunos, de idades entre 8 e 11 anos. O homem foi preso em Manaus, após dois meses de investigações.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (22/08), o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, destacou que já são mais de 170 prisões por estupro de vulnerável registradas em todo o Estado e a prisão deste professor demonstra o compromisso da nova turma de policiais civis em combater esse crime.

“A delegada Nathalia Oliveira, que conduziu as investigações desse caso e a qual parabenizo, é uma das delegadas que foi empossada recentemente após aprovação no concurso público realizado, em 2022, com o objetivo de reforçar o efetivo da Polícia Civil. Ela e os demais colegas estão apurando com frequência esse tipo de crime que era realidade no interior do Amazonas e agora não fica mais em impune, e o resultado são as prisões que estamos apresentando diariamente para a sociedade”, falou o delegado-geral adjunto.

Conforme a delegada Nathalia Oliveira, da DEP de Tefé, as investigações iniciaram em meados de junho deste ano, a partir de uma apuração da Corregedoria do município sobre o homem privar os alunos de alimentação dentro de uma instituição de ensino da rede municipal.

“As crianças contaram aos seus pais que não queriam ir à escola pois estavam sendo privadas do alimento escolar pelo professor. Posteriormente, os pais procuraram o município e relataram a história, o que fez com que a Corregedoria e o Conselho Tutelar se dirigiram à comunidade São Raimundo do Manquetal para averiguar a denúncia, e foi quando descobriram que havia mais coisas envolvendo o docente”, explicou a delegada.

Segundo a delegada, foi revelado que o professor também torturava os alunos dentro de sala de aula com uma palmatória, abusava sexualmente deles e os ameaçava para que eles não contassem nada a ninguém. O indivíduo foi afastado das suas atividades na escola, da rede municipal, quando o caso se tornou público.

“Uma das vítimas, uma criança de oito anos, compareceu à delegacia junto a sua genitora e contou que, sob o pretexto de fornecer aulas particulares às crianças, o professor as levava para sua casa e colocava filmes pornográficos para elas assistirem e cometia o estupro”, disse a delegada.

De acordo com a delegada, até o momento, quatro crianças, do sexo masculino, foram ouvidas e há a possibilidade de outras vítimas terem sido abusadas sexualmente, visto que o homem ministrava aulas de reforço para outros alunos.

“O professor também era investigado pelo crime de tortura. Ele costumava colocar os alunos em dupla para realizar leituras no quadro da sala de aula e, nesse caso, uma das crianças tinha dificuldade para ler e o indivíduo ordenava que a dupla batesse nela com uma palmatória, como forma de repreender”, contou a delegada.

A delegada contou que o professor pretendia fugir para a cidade de Curitiba, no estado do Paraná, mas a equipe de investigação conseguiu agir e efetuou a sua prisão na terça-feira (20/08), em Manaus.

“Ele foi ouvido e reconheceu a palmatória, mas disse que usava apenas para fazer apontamentos no quadro. O indivíduo também reconheceu a privação de merenda escolar, sob justificativa de que os alunos só comeriam quando finalizassem suas atividades. Algumas vezes os alunos chegavam na escola com fome, em virtude de morarem em uma comunidade carente, e não eram permitidos consumir a comida da escola”, citou a delegada.

Ainda conforme a delegada, o professor responde a um processo por estupro praticado em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus), no ano de 2021. O caso segue em investigação.

Procedimentos

O professor responderá por estupro de vulnerável, ameaça, tortura e outros crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e está à disposição da Justiça.