Operação Corsário: Polícia Civil desarticula organização criminosa que desviava medicamentos e produtos hospitalares do Amazonas

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), com o apoio da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai), Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), deflagrou a Operação Corsário e desarticulou uma organização criminosa responsável pelo desvio de medicamentos e produtos hospitalares de unidades de saúde do Amazonas. Três pessoas foram presas na terça-feira (30/04).

As investigações, realizadas por meio do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), iniciaram-se há cerca de um mês, após a Secretaria de Estado de Saúde identificar, por meio de seus mecanismos de controle interno, inconsistências no quantitativo dos insumos, e acionar as Forças de Segurança. Os detalhes da operação foram apresentados na manhã desta quarta-feira (1°/05), na Delegacia Geral, situada no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus.

A polícia identificou que um motorista, de 51 anos, que trabalhava na unidade hospitalar era o responsável por desviar medicamentos, insumos e instrumentos médicos com a ajuda de um empresário, 54, que revendia clandestinamente os produtos por valores abaixo dos aplicados no mercado convencional.

“Conseguimos coletar, também, algumas denúncias e informações de populares residentes no entorno onde residia um dos alvos (das investigações), acerca da presença constante de uma ambulância do Estado na residência do suspeito e, com apoio da Secretaria de Inteligência do Estado, a gente conseguiu monitorar durante aproximadamente 30 dias o imóvel, realizando campanas e fazendo um monitoramento eletrônico”, explicou o delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, que conduziu a operação.

Durante as investigações, a polícia identificou os envolvidos transportando materiais em ambulâncias até a residência do motorista, onde os produtos ficavam estocados até que o empresário encontrasse compradores para os produtos.

Conforme a investigação, o empresário já havia sido condenado no dia 25 de março de 2024, a 11 anos e 8 meses de prisão pelo crime de peculato doloso, em razão de ter integrado uma organização criminosa no ano de 2016, responsável pelo menos crime de desvio de medicamentos.

A secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, reforçou que a SES-AM vem implementando ferramentas que monitoram e avançam no controle do ciclo de assistência farmacêutica para que os medicamentos e insumos cheguem ao seu destino final de forma correta, o que possibilitou a identificação rápida de que estavam ocorrendo os desvios.

“Quando nós observamos que existia um desequilíbrio entre a aquisição, o armazenamento, o abastecimento das unidades e esse produto até o usuário, nós acionamos a Secretaria de Segurança Pública, da qual aqui mais uma vez eu agradeço”, afirmou a secretária.

Operação

Durante a operação na manhã de terça-feira (30/04), os policiais também conseguiram prender um terceiro suspeito, também empresário, 47, em posse de diversas caixas de soro fisiológico subtraídas de uma unidade hospitalar da capital.

“É importante a gente reiterar a hediondez do crime, a torpeza que essas pessoas tinham com o desvio de medicamentos, insumos utilizados dentro do hospital, até papéis de eletrocardiograma foram desviados, incluindo soros fisiológicos, luvas cirúrgicas”, acrescentou o delegado-geral da PC, Bruno Fraga.

Segundo as investigações, o segundo empresário envolvido no esquema criminoso adquiriu os produtos com o objetivo de escoar para o interior do Estado. As investigações irão continuar para identificar se mais pessoas estão envolvidas.

“Essa investigação vai continuar visando identificar a possibilidade de atuação em outras unidades. Nós não iremos permitir que elementos como esses façam um mal desse tamanho. Isso atinge crianças, idosos, pessoas doentes, independentemente da idade. É estarrecedor a gente ver um crime desse”, afirmou o secretário de Segurança Pública Cel. Vinícius Almeida.

Os autores foram flagranteados pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado, peculato doloso e receptação qualificada. Eles passarão por audiência de custódia e ficarão à disposição da Justiça.