Empresário preso pela PC recebeu R$ 3,5 milhões na Gestão de David Almeida

O empresário Alan David Belchior Varjão Teles, de 37 anos, dono da empresa Teles Veículos, foi preso suspeito de aplicar mais de 200 golpes referentes a financiamentos falsos de veículos em Manaus. A empresa chegou a receber R$ 3,5 milhões da prefeitura na gestão de David Almeida entre 2021 e 2023, assim consta no Portal da Transparência do município.

Sob o nome da empresa A2 Comércio de Veículos Eireli, Alan David mantinha contratos com a prefeitura, para atender as secretarias de Limpeza Pública (Semulsp), Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio (Semacc) e a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Semasc).

De acordo com informações do portal da transparência do município, em 2021, a empresa recebeu no primeiro ano da gestão de David Almeida, cerca de R$ 94.800,00 da Semacc. Já no segundo ano, a empresa de Alan David conseguiu mais dois contratos com a Semacc e Semulsp, no valor de R$ 1,8 milhão.

Ainda no portal da transparência, a A2 Comércio de Veículos recebeu em 2023, R$ 1,5 milhão em um contrato com a Semasc, somando um total de R$ 3,5 milhões na gestão de David Almeida.

Veja:

Prisão

A prisão de Alan David ocorreu no último dis 18 de dezembro, durante uma operação da Polícia Civil por meio do 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP). O delegado Cícero Túlio, titular da delegacia, explicou em coletiva que as investigações duraram cerca de 60 dias devido a denúncias de estelionato, apropriação indevida, receptação qualificada, falsidade ideológica e falsificação de documentos particulares.

“No decorrer das diligências coletamos diversos documentos que atestaram que o autor falsificava assinaturas de clientes para adquirir veículos em seus nomes, os repassando para terceiros sem conhecimento das vítimas que eram surpreendidas, posteriormente, com cobranças bancárias e de impostos”, contou a autoridade policial.

As investigações apontam ainda que a empresa servia de fachada para que as vítimas firmassem contratos de financiamento bancário. Apropriavam-se dos veículos das vítimas e os revendiam a terceiros sem o repasse do valor para os donos dos veículos.

“Tudo o que foi levantado leva a crer que ele agia sozinho, porém, se utilizava dessa loja de fachada, agora não descartamos a participação de outras pessoas. No entanto, isso é objeto de investigação, inclusive para avaliar a questão de pessoas ligadas a essas financeiras que acabavam facilitando com base na análise do score das vítimas a realização desses financiamentos”, detalhou o delegado Cícero Túlio.

Pelo menos 50 vítimas foram ouvidas pelas autoridades e a Polícia afirma que a Teles pode ter aplicado pelo menos 200 golpes do tipo. O empresário segue em custódia e as investigações continuam.