Alojamento da fazenda de Leonardo com denúncia de trabalho escravo não tinha banheiro nem água

Dormitórios precários, com camas improvisadas, sem banheiros e água tratada, abrigavam os trabalhadores da fazenda do cantor Leonardo, denunciada em uma fiscalização de trabalho análogo à escravidão. O cantor alega que o local em que o grupo de trabalhadores foi resgatado está arrendado para outra pessoa.

Um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que foi acessado pelo g1, descreve os detalhes dos alojamentos, que tinham ainda infestação de morcegos e fezes.

O cantor Leonardo foi incluído na chamada “lista suja” do trabalho escravo na segunda-feira (7). Seis trabalhadores, entre eles um adolescente de 17 anos, foram resgatados em uma fazenda em Jussara (GO). Ao todo, 18 pessoas trabalhavam na propriedade.

Os funcionários que foram resgatados dormiam em uma casa abandonada, que fica localizada a uma distância de 2 quilômetros da sede da Fazenda Lakanka. Por estar sem manutenção e com telhas deslocadas, a água da chuva molhava o interior, chegando a molhar pertences dos trabalhadores.

A fazenda Lakanka fica em área contígua a fazenda Talismã, avaliada em R$ 60 milhões. As duas fazendas fazem parte do mesmo conjunto de operações agrícolas.

Contudo, a parte em que os trabalhadores resgatados estavam fica na na Fazenda Lakanka, que está arrendada para outra pessoa. Arrendamento é quando o proprietário de um local cede o espaço para uso de outra pessoa mediante um pagamento.

Ainda que a área estivesse arrendada, o relatório do MTE traz o nome do cantor Leonardo porque os trabalhadores estariam prestando serviços para ele, ainda que de forma indireta.

A defesa do cantor alega que pela área estar arrendada, os funcionários não são de responsabilidade direta de Leonardo. Afirmam ainda que o cantor não tinha conhecimento das práticas de trabalho escravo.

O arrendatário da área da Fazenda Lakanka não foi localizado pelo g1 para se manifestar sobre o caso.